quinta-feira, 28 de julho de 2011

Noruega ensina que racismo não pode ser visto como folclore

Se existe algo que o massacre na Noruega pode nos ensinar é que racismo, machismo e xenofobia não devem ser tratados como mero folclore.
Entre as palavras e as ações há um longo caminho, mas sempre pode existir alguém disposto a percorrê-lo.
Sarah Palin, candidata republicana a vice-presidente e musa do ultra-conservador Tea Party, dizia que a deputada democrata Gabrielle Giffords era um dos "alvos a serem abatidos" na política norte-americana.
Tratava-se de uma metáfora, mas um atirador em Arizona, a levou ao pé da letra. A tentativa de abater o alvo, uma das vozes contra a política hostil aos imigrantes, resultou em seis mortes em janeiro último, na cidade de Tucson.
Não há hoje quem não tema as possíveis consequências políticas de uma Europa economicamente em frangalhos -a lembrança da mistura depressão-fascismo do século XX ainda é suficientemente viva para suscitar este temor. Mas parece não ser o bastante para afastar a xenofobia, agora focada na repulsa ao Islã e a imigrantes que vem da África e Ásia.
A recente era da globalização só funcionou enquanto serviu como uma segunda colonização.
Os países periféricos foram instados a abrir seus mercados, homogeneizar suas normas, privatizar e internacionalizar suas empresas estratégicas, criando mercados alternativos ao já saturados no hemisfério norte.
Mas o mundo tornou-se global apenas em uma direção, pois as fronteiras voltaram a se fechar de forma ainda mais vigorosa, com a construção de grandes muros e o recrudescimento das leis de imigração - imigração esta que em outros tempos supriu com mão de obra barata, serviços que nacionais se recusavam a cumprir.
Pouco se pode fazer, é verdade, para impedir de todo ações repentinas de vingadores que se sentem representantes de uma nova cruzada, propondo salvar o mundo com toscas visões.
Mas estimular o discurso do ódio certamente não é uma delas.
O alarmismo com a fé diversa, o maltrato com o forasteiro e o diferente, o apego extremado a valores moralistas, são o caldo de cultura próprio para gerar ações excludentes, que tanto podem reverter em atentados quanto desembocar em políticas de Estado. Afinal, o que pode ser mais terrorista que o Holocausto?
Se a história se repete, como profetizava Marx, o receio é que nos abata mais uma vez como tragédia. Parafraseando Martin Luther King, parece ser o caso de nos preocuparmos tanto com o silêncio dos bons, quanto com o grito dos maus, este cada vez mais ensurdecedor.
O Brasil não vive o momento depressivo que se espalha pela Europa e Estados Unidos, fruto dos desvarios neoliberais, que maximizaram os mercados e o lucro e minimizaram as regulações.
Ao revés, vive anos de crescimento que resultaram em inesperada mobilidade social, mas isto também é motivo para cautela.
À incorporação de direitos civis a grupos minoritários, como homossexuais, instaurou-se uma brigada da moral, com forte apelo religioso. À incorporação ao mercado consumidor de uma classe emergente, recém-saída da linha de pobreza, levantou-se reação de quem se sente invadido em espaços até então exclusivos, entre faixas de automóveis e assentos de aviões. Ao pujante crescimento do Nordeste, esboça-se uma xenofobia de cunho separatista.
Aqui, como na Europa, devemos temer, sobretudo, aos que se propõe a nos higienizar ou recuperar valores tradicionais, que apenas remontam a mais exclusão.
O antídoto ao fascismo é o exercício da democracia e a preservação da dignidade humana como vetor de políticas sociais.
Só se abate o preconceito acreditando na igualdade

domingo, 8 de maio de 2011

CAMPANHA DE PRESERVAÇÃO DAS ÁGUAS E MATAS


As Comunidades Tradicionais de Terreiros de Porto Velho estiveram no igarapé mato grosso, a 08 km de Porto Velho, no dia 07 de maio, para realizar um mutirão de limpeza com a finalidade de melhorar as condições daquele igarapé.
A atividade teve inicio as 09h00min e finalizou as 13h00min. Neste Mutirão foram recolhidos todos os pneus, roupas, garrafas pet, copos descartáveis, pratos, sacos plásticos,utensílios domésticos, restos de veículos, etc.
Trata-se do Mutirão Pelas Águas e Matas, uma série de eventos que serão realizadas pelas comunidades tradicionais e capitaneadas pela Associação Centro de Cultura Negra e Religiosidade Afro Amazônica - ACCUNERAA em prol da preservação da natureza.
Participaram mais de trinta pessoas, entre ogãs, Pais e mães de santo, que objetivaram deixar o local em condições de receber oferendas e outras atividades afro-religiosas e tiveram como parceiro a Secretaria Municipal de Serviços Básicos - SEMUSB.
Todos foram unanimes em afirmar que o igarapé mato grosso faz parte da história de Porto Velho, portanto um local sagrado para os religiosos de matriz africana cultuarem seus orixás, inkises e vonduns, pois, onde há natureza (água, mata, terra) há vida, ponto crucial para as religiões de matriz africana.
Para o Presidente do Centro de Cultura Negra, Ogã Silvestre, a importância da preservação desses locais, não é só religiosa, é importante para o meio ambiente e para a preservação de um local histórico para nossa capital: “Quando preservamos a natureza somos presenteados pelos orixás com muita paz, saúde e prosperidade” disse ogã Silvestre.
No dia 21 de maio o grupo estará fazendo a limpeza no Igarapé Bate Estacas das 09h00 as 14h00 em parceria com a Secretaria Municipal de Serviços Básicos e do Vereador Claudio Carvalho.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

ACONTECE NO DIA 24 DE ABRIL, NO CENTRO CULTURAL ODOMIÔ A OFICINA DE BRUXOS E BRUXAS.

O Centro Cultural e Religioso Odomiô, é um espaço criado para divulgar e promover eventos culturais e religiosos. Na programação cultural, todos os meses são realizadas atividades voltadas para esta finalidade.
As formas de ser relacionar com o sagrado são as mais variadas, havendo na teoria fronteiras entre elas. Na prática, nem sempre isso é possível, pois as experiências pessoais e a caminhada de cada um podem apresentar particularidades que são chamadas de distorções por alguns.
Para discutir este tema, no dia 24 de abril realizaremos uma oficina com bruxos e bruxas. O objetivo é colocar em diálogo diversas práticas tratadas como mágicas. A idéia originou da indagação de pessoas que fazem uso de recursos mágicos acerca do lugar que elas ocupam no mundo do sagrado, e que não sabem exatamente como se definirem quando são questionados sobre a sua religiosidade.
A Oficina terá início às 15 horas do dia 24 de abril, e acontecerá no Centro Cultural Odomiô, na Vila Candelária. Será cobrada uma taxa de dez reais, que pode ser paga no dia e no local do evento.
Confirmem presença!
Tel. 3221-7146 / 8133-0268 (Centro Cultural Odomiô) ou 3221-8449 / 9907-6380 (Marta Valéria)

quinta-feira, 7 de abril de 2011

“OMI KOSI, ÉWÈ KOSI, ÒRÌSÀ KOSI”


“OMI KOSI, ÉWÈ KOSI, ÒRÌSÀ KOSI”
“Sem água, sem folha, sem orixá.”

No dia 07/04/2011, os sacerdotes da Comunidade Tradicional de Terreiros estiveram reunidos na Fundação Cultural Iaripuna com a Vice Presidente da entidade Professora Berenice Simão para iniciar as discussões acerca do lugar a ser destinado para a Comunidade Afro Religiosa no projeto “Complexo Beira Rio”. A professora Berenice fez uma exposição de como estão sendo negociada a construção do projeto com o Grupo Mesa e que esta obra faz parte das compensações da construção das Usinas em Porto Velho.
Em seguida todos os presentes apresentaram e falaram de como o espaço ideal para o uso comum de todas as tradições das religiões de matriz africana deverá ter uma floresta, água corrente e que este espaço será preservado o Ogã Silvestre lembrou que: “as comunidades Tradicionais de Terreiros representam uma forma específica de ocupação do solo urbano, com sua organização e ajuda mútua entre seus membros, à preservação do meio ambiente começa com a relação com a terra, com as árvores e plantas, com as águas, rios e lagoas, ela é decisiva para o pensamento religioso do candomblé e da umbanda para realizar seus rituais.”
Como a Fundação ainda não tem o mapa da área onde será construído o Complexo Beira Rio, decidiu-se que a Vice Presidente e mais dez sacerdotes Afro Religiosos percorrerão as margens do Rio Madeira para escolher o local (ou locais) que será destinado as Comunidades de Terreiros.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Ouvidoria da SEPPIR atua em casos de racismo

Ouvidoria da SEPPIR atua em casos de racismo



Denúncia de racismo contra estudante Helder Souza Santos

A Ouvidoria da SEPPIR/PR recebeu, no dia 25 de março, denúncia sobre a discriminação racial sofrida pelo jovem negro Helder Souza Santos, em Jaguarão/RS. Segundo denúncia de seu advogado, Onir de Araújo, Hélder, estudante do curso de história da Universidade Federal do Pampa (Unipampa), vem sofrendo ameaças de morte desde que revelou ter sido vítima de agressões e racismo praticados por policiais militares na cidade de Jaguarão, na fronteira com o Uruguai.

A denúncia foi autuada, gerando um Processo Administrativo no âmbito da Ouvidoria, que também encaminhou ofícios, em 28 de março, ao Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul, Secretaria de Segurança Pública do RS, Secretaria de Justiça e Direitos Humanos do RS, Corregedoria Geral da Brigada Militar do RS e à Secretaria Nacional de Direitos Humanos da Presidência da República, solicitando as providências cabíveis. A Secretaria Executiva da Secretaria Nacional de Direitos Humanos também foi oficiada sobre a possibilidade de incluir Helder em um programa de proteção à vítima.

As ações incluíram também envio de documento ao Ministério da Educação para verificar a possibilidade de transferir Helder da UNIPAMPA para uma Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB). As decisões a respeito da transferência serão definidas em reunião com o Reitor da UFRB, professor Paulo Gabriel, agendada para a próxima sexta-feira, 1º de abril, onde estarão presentes o estudante, o denunciante e advogado, Onir de Araújo, e o ouvidor da SEPPIR, Carlos Júnior. Organismos e instituições baianas também estão sendo acionados para auxiliarem na permanência do jovem no estado.

O estudante Helder Souza Santos, que ingressou na UNIPAMPA por meio do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), deixou Jaguarão, com a ajuda de seu advogado e hoje se encontra em Porto Alegre. A SEPPIR já providenciou sua passagem para participar da reunião na UFRB, na Bahia.

Entenda o caso – Após sair de uma festa com os amigos, em Jaguarão, no dia 6 de fevereiro, o estudante negro Hélder Souza Santos foi abordado por policiais militares para uma revista. Ao questionar o motivo da abordagem dos policiais que, afirma ter sido truculenta, o estudante teria sido agredido, jogado no chão e algemado, além de ter ouvido ofensas racistas. “As pessoas pediram para não me levar porque conheciam a gente. Um dos policiais estudou comigo na minha sala. Mesmo assim, fizeram esse tipo de coisa”, conta Helder. No dia seguinte, o estudante teria registrado ocorrência de racismo e agressão na Corregedoria da Brigada Militar (BM) e na Polícia Civil, o que levou o caso ao conhecimento da imprensa local. Helder teria então começado areceber ameaças de morte, sendo obrigado a deixar a cidade onde estuda, Jaguarão/RS.




Deputado Federal faz declarações racistas

Em participação no programa CQC, da TV Bandeirantes, na noite do dia 28 de março, o Deputado Federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) deu declarações racistas e homofóbicas, atacando negros e gays. Quando perguntado pela cantora Preta Gil sobre sua posição caso um de seus filhos se apaixonassem por uma negra, o parlamentar fez sua fala mais polêmica, afirmando: "Não vou discutir promiscuidade com quem quer que seja. Não corro esse risco, e meus filhos foram muito bem educados. E não vivem em ambiente que, lamentavelmente, é o teu".

A Ouvidoria da SEPPIR recebeu a denúncia do caso no final da tarde do dia 29 de março, providenciando a autuação, que gerou um Processo Administrativo no âmbito do setor. A Ouvidoria também encaminhou ofícios, com a gravação do vídeo do programa, ao Ministério Público Federal do Distrito Federal e Territórios, a Secretaria Nacional de Direitos Humanos, à Comissão de Ética e Decoro Parlamentar e à Comissão de Direitos Humanos e Minorias, ambas da Câmara dos Deputados, solicitando as providências cabíveis ao caso.

A SEPPIR está trabalhando pelo fim do racismo no Brasil e por isso, além de atuar por meio de políticas públicas e de sua Ouvidoria, lançou, esse ano, a Campanha Igualdade Racial é pra valer.

Por Comunicação Social da SEPPIR/PR




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30/03/2011
Brasília, Distrito Federal, Brasil
Comunicação Social
Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial – SEPPIR/PR
seppir.imprensa@planalto.gov.br
(61) 3411- 3696 / 3659/ 3670

ESCOLA DE TEOLOGIA AFRO-UMBANDISTA

ESCOLA DE TEOLOGIA AFRO-UMBANDISTA


ATRAI Associação Nacional de Teólogos e Teólogas de Religiões de Matriz Africana e Afro-Indígena
EGBÉ ÒRUN ÀIYÉ Associação Afro-Brasileira de Estudos Teológicos e Filosóficos das Culturas Negras



2º ENCONTRO DE REFLEXÃO TEOLÓGICA E FILOSÓFICA
AFRO-UMBANDISTA EM CANOAS (RS)


No complexo teológico e filosófico africano e/ou afrodescendente, todo Ser Humano possui uma Divindade (Orixá, Inkice, Vodun, Ancestral, Antepassado, etc..,). Nesse pressuposto ontoteoexistencial, o respeito ao Outro e, sobretudo, em meio aos/as adeptos da Religião Afro-Umbandista, deve funcionar como um determinante da improbidade de toda e qualquer subtração Existencial. Na verdade o detentor/a de Orixalidade (Orixá, Inkice, Vodun, Ancestral, Antepassado, etc..,) deve comportar-se - porque assim o/a é – como uma sacralidade existencial sob a qual reside toda responsabilidade para com o equilíbrio do Cosmo indissociável da dinâmica das relações sociais.


Jayro Pereira (Omo Orisa)
Teólogo Afro-Umbandista
Bacharel em Teologia
Licenciado em Ciências Religiosas


Endereço em CANOAS (RS)
Auditório da Biblioteca João Palmas da Silva
Rua Ipiranga, 105 – Centro – CANOAS - RS
(Prédio do antigo Fórum de Canoas/Em frente ao Clube Caça e Pesca )



CONSIDERAÇÕES INICIAIS
A Religião de Matriz Africana / Afro-Umbandista apesar da sua longa presença na sociedade brasileira e da enorme quantidade de adeptos em todo o país, ainda enfrenta problemas de grandes magnitudes os quais se arrastam por séculos e historicamente. A dinâmica das relações sociais hodierna em que reconhecimento e valorização da diversidade religiosa com prevalência das crenças socialmente marginalizadas constituem-se como tônica, tal processo não tem produzido mudanças concretas ou alterado significativamente o quadro da Religião de Matriz Africana e Afro-Umbandista e dos seus fiéis que prosseguem sendo alvos tanto do racismo cultural religioso como da intolerância religiosa que cada vez mais se complexifica; o atual estágio da intolerância religiosa tem recorrido aos recursos da semiologia (ciências dos símbolos) e da semântica substanciando desta forma no seio da população sentimento de afrotheofobia que grassa no Brasil.
Internamente aos religiosos afro-umbandistas permeiam elementos do passado colonialista e do capitalismo vigente em que para além de alterar e significativamente a dinâmica civilizatória bem como os conteúdos teológicos e filosóficos da cosmovisão africana, os fiéis afros e os templos dos Cultos aos Ancestrais, Antepassados, Orixás, Inkices, Voduns, etc., têm funcionando mediante uma prática concorrencial que incide sobre a unidade dos adeptos a despeito dos impropérios da sociedade abrangente.
Ou seja, as ações nacionais contra a intolerância religiosa, entre tantas outras ações, que tem a bem da verdade juntado muitos adeptos, não tem possibilitado unidade política eficaz e duradoura. Contraditoriamente tem-se sido apenas numérico e não um quantitativo qualitativo devido à dissociação de todo um arsenal de conceitualidade e princípios estruturadores.
Os fatores que concorrem para esse “estar juntos, porém, dispersos” são de origem não tão remota em face da barbárie do processo de desterritorialização simbólica e material de populações étnico-raciais africanos/as e na dispersão das Américas pelo menos de três períodos históricos, quais sejam: Colônia, Império e da primeira República com o “Estado Novo” que como num continuum informam as relações étnico-raciais e teológicas do presente. Mediante a essa parcial análise os desafios que estão colocados para os/as crentes afro-umbandistas são muitos, mas que nos ateremos a alguns apenas como abaixo relacionados:


Ø Discernimento e enfrentamento radical dos fatores e elementos advindos do colonialismo, ainda presentes nesses tempos de vigência do que se compreende como neocolonialismo e dos seus correlatos como o fenômeno da globalização, da inculturação revigorada contemporaneamente, etc.;


Ø Compreensão dos mecanismos de controle e de divisão produzida pelo Estado Novo em que organizações federativas foram criadas se passando como órgãos oficiais, usurpando em função dessa falácia atribuições do Estado para desta forma continuar, mesmo que inoperantemente, explorando Casas de Religião. Tais organismos também agem de forma a impedir a formação de massa críticas dos adeptos/as em que intrigas, difamações, mentiras, calúnias, etc., funcionam como ingredientes de tais organizações quase sempre de natureza antidemocrática;


Ø Tomada de consciência acerca das pilhagens epistemológicas e mediante a isso entender que “teologia não é uma teleologia judaica cristã e/ou católica” devendo com isso compreender os mecanismos do “fascismo epistemológico” vigente sob o qual se sustenta a colonialidade das ciências humanas e sociais;


Ø Entendimento de que a luta contra o racismo cultural religioso que embasa e dinamiza a intolerância religiosa só será debelada mediante a tríplice dimensão qual sejam: o embate política em que a unidade dos/as adeptos/as se inscreve como condição imperativa, jurídica no sentido da criminalização da intolerância religiosa e epistemológica em que o estudo da teologia e da filosofia deve converter-se no aprendizado sistemático em que categorias de análises e quadro de referências êmico da Tradição de Matriz Africana e Afro-Umbandista sejam teoricamente apreendidas possibilitando assim a elaboração de uma afroteohermenêutica que instrumentalize argumentatividade imbatível e fôlego inesgotável.

Os Encontros de Reflexão Teológica e Filosófica Afro-Umbandista, portanto, se justificam face aos desafios explicitados, visando com essa dinâmica dos encontros itinerantes substanciar a fé dos afro-religiosos, fortalecimento do espírito de corpo face à luta cotidiana contra os estigmas, estereótipos, preconceitos, discriminações, etc., bem como promover confraternização e despertar a premente urgência do estudo teológico e filosófico da Religião de Matriz Africana e Afro-Umbandista para desta forma incidir na mudança substancial da ótica da sociedade e da instituições em geral de modo a tirar a Religião dos Orixás, dos Inkices, dos Voduns, dos Ancestrais e Antepassados do lugar marginalizado que ainda se encontra no Brasil, na África e nas Américas como um todo.

OBJETIVO GERAL


Ø Reunir religiosos afro-umbandistas através de encontros itinerantes na região metropolitana da cidade de Porto Alegre (RS), de forma a possibilitar reflexões teológicas e filosóficas concernentes à Religião de Matriz Africana e Afro-Umbandista, bem como substanciar a fé dos adeptos/as, promover confraternização, congraçamento de forma a fortalecer cada vez mais o espírito de corpo dos fiéis dos Orixás, dos Inkices, dos Voduns, dos Ancestrais e Antepassados para que conjuntamente fortalecidos possa exercer enfrentamento cotidiano dos estigmas, estereótipos, preconceitos, discriminações, enfim da intolerância religiosa que dissemina e introjeta na população sentimento afrotheofobia que vem sendo materializada em ações contra os/as afro-umbandistas e afrodescendente em geral e a despeito da sua relação religiosa afro.


OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Ø Reunir intelectuais vivenciadores (as) da Religião Afro-Umbandista de Porto Alegre e Região Metropolitana para avaliar a conjuntura hodierna dos Cultos Afro-Gaúchos, bem como discutir a necessidade de posicionamento teórico de forma interdisciplinar das várias áreas do conhecimento dos adeptos (as) visando intervenção mais qualificada na sociedade abrangente.


Ø Discorrer sobre o engajamento político e social dos (as) intelectuais vivenciadores (as) para desta forma contribuir para a alteração do racismo cultural religioso afro, bem como da intolerância religiosa que se abate contra as comunidades terreiras e seus adeptos.


Ø Dialogar acerca do papel das Comunidades terreiras e a relação das mesmas com a comunidade circundante e/ou do entorno, de forma a pensar estratégias políticas e pedagógicas que envolvam as populações locais nos seus segmentos etários mediante a realização de ações sociais pertinentes.


Ø Sensibilizar intelectuais da religião afro-umbandista para ação docente em cursos voltados para aperfeiçoamento de adeptos dentro de uma perspectiva teológica e filosófica de visão de mundo.


METODOLOGIA
Os encontros de reflexões teológicas e filosóficas afro-umbandistas que se realização itinerantemente nas cidades da região metropolitana de Porto Alegre (RS) de forma participativa dos/as adeptos/as da Religião de Matriz Africana e Afro-Umbandista se desenvolverão mediante a coordenação das organizações proponentes da atividade que contará com apoios administrativos e operacionais; exposições iniciais de tema ou assunto de natureza teológica e/ou filosófica afrodescendente de visão de mundo que acompanhará cada encontro, avaliações de conjunturas afro-teológica, apresentação dos participantes, relatorias, plenárias e deliberações, ritos de abertura e encerramento dos trabalhos, encaminhamentos, deliberações de moções, apresentação de vídeos, debates, etc.

AVALIAÇÃO
Todos/as os/as participantes dos Encontros de Reflexão Teológica e Filosófica Afro-Umbandista deverão produzir avaliações nas quais deverão constar as opiniões individuais acerca das atividades em que participarem, assim como propostas e sugestões que possibilitem aprimoramentos dos eventos em prol da dignificação da Religião de Matriz Africana e Afro-Umbandista.


EQUIPAMENTOS E RECURSOS DIDÁTICOS
Microfone
Aparelho de Som
Aparelho de Vídeo
Retroprojetor
Flip Chart
Quadro de giz
Etc










Cronograma Encontros


1º Encontro de Reflexão Teológica e Filosófica Afro-Umbandista em Porto Alegre,
Data: 19/03/2011 – Horário: 8h00 às 14h30
Local: Sede do Africanamente
Av. Protásio Alves, 68 – Rio Branco

2º Encontro de Reflexão Teológica e Filosófica Afro-Umbandista em Canoas
Data: 02/04/2001 – Horário: 8h00 às 14h30
Local: Auditório da Biblioteca João Palmas da Silva
Rua Ipiranga, 105 – Centro
(Prédio do antigo Fórum de Canoas/Em frente ao Clube Caça e Pesca )


3º Encontro de Reflexão Teológica e Filosófica Afro-Umbandista em Gravataí
Data: 16/04/2011 – Horário: 8h00 às 14h30
Local: Sede da CONCAUGRA

4º Encontro de Reflexão Teológica e Filosófica Afro-Umbandista em Alvorada
Data: 21/04/2011
Local: a acertar


5º Encontro de Reflexão Teológica e Filosófica Afro-Umbandista em São Leopoldo
Data: 23/04/2011
Local: a acertar


6º Encontro de Reflexão Teológica e Filosófica Afro-Umbandista em Viamão
Data: 30/04/2011
Local: a acertar


8º Encontro de Reflexão Teológica e Filosófica Afro-Umbandista em Guaíba
Data: 07/05/2011
Local: a certar


7º Encontro de Reflexão Teológica e Filosófica Afro-Umbandista em Pelotas
Data: 08/05/2011
Local: a acertar


8º Encontro de Reflexão Teológica e Filosófica Afro-Umbandista em Rio Grande
Data: 15/05/2011
Local: a acertar